Júri popular de PM acusado de grupo de extermínio é adiado mais uma vez

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Edson Vieira Fernandes é acusado de participar de dois homicídios em Gurupi. Ministério Público afirma que esta é a sexta vez que o processo sofre adiamentos por causa da defesa. Sargento Edson Vieira nega assassinatos
Divulgação
O júri popular do policial militar Edson Vieira Fernandes foi adiado mais uma vez. Conforme o Ministério Público, desde o oferecimento da denúncia o julgamento do réu foi adiado outras cinco vezes durante o processo. O PM é acusado de participar de pelo menos dois homicídios em 2018. Na denúncia, os crimes foram classificados como atuação de grupo de extermínio.
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Desta vez, a sessão teve início às 8h30 no Fórum de Gurupi, mas acabou sendo suspensa. O julgamento agora só deve ser realizado no primeiro semestre do próximo ano. O réu sempre negou a autoria do crime.
O Tribunal de Justiça afirmou que esta é a segunda vez que o júri popular do caso é adiado. “Na primeira, o advogado passou mal e juntou atestado médico. Hoje ele não veio e não justificou a ausência e foi multado em 20 salários mínimos em razão da ausência”, informou.
Ainda segundo o TJ, durante a fase de instrução do processo, a defesa deu causa a quatro remarcações da audiência de instrução e julgamento – que ocorre antes da sentença de pronúncia, responsável por enviar o caso para o júri popular.
O advogado do réu, Paulo Roberto, afirmou ao g1 que o júri não foi realizado porque havia irregularidades na lista de jurados e alega que houve cerceamento de defesa.
“A lista de jurados não obedeceu aos critérios de proporcionalidade. Só tinha mulheres no júri. Também não juntou os vídeos, autos de apreensão, ou seja, faltaram peças importantes para o réu e por isso o júri não foi realizado”, afirmou o advogado.
Entenda
Os assassinatos aconteceram na noite de 22 de outubro de 2018. Outro sargento da PM, Gustavo Teles, que estaria envolvido nos crimes, morreu durante uma abordagem envolvendo policiais civis.
Conforme o MPE, no dia dos assassinatos, o réu estava conduzindo uma moto e chegou a um bar acompanhado de Gustavo Teles, que estava na garupa e efetuou os disparos que mataram Manoel Pereira da Silva e Getúlio Ferreira Martins.
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De acordo com as investigações, os policiais cometeram os homicídios porque as vítimas eram usuárias de drogas. O objetivo seria “eliminar elementos sociais indesejáveis” da comunidade local.
O Ministério Público quer que a pena seja aumentada porque as mortes teriam ocorrido por motivo torpe e com utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
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Fonte: G1 Tocantins