Guardas teriam chegado de forma truculenta, revistando as pessoas no local e fazendo xingamentos. Vídeo que mostra momento da confusão foi divulgado nas redes sociais. Mulher denuncia guardas metropolitanos por racismo e violência física
Agentes da Guarda Metropolitana de Palmas foram afastados das atividades nas ruas após supostamente agredirem uma mulher com tapas em uma distribuidora de bebidas no Jardim Taquari, na região sul de Palmas. O fato aconteceu no último fim de semana e foi divulgado nas redes sociais.
O caso foi denunciado pela Charleide Matos da Cruz, 43 anos, que é estudante de direito e membro do Coletivo Feminista de Mulheres Negras do Estado do Tocantins (Ajunta Preta).
Ela relata que estava no estabelecimento no último domingo (1°), por volta das 22h, na companhia do namorado e de amigos. Os guardas teriam chegado de forma truculenta, revistando as pessoas no local e fazendo xingamentos.
“Me senti muito humilhada pela maneira truculenta que eles abordaram o meu namorado, com xingamentos e empurrões. Depois da abordagem eu perguntei para eles se eles faziam essa mesma abordagem no centro da cidade, foi a hora que levei o primeiro tapa”, relatou.
Após a agressão os agentes teriam determinado que o grupo deixasse o local, mas ela disse ter se recusado e afirma que foi agredida novamente. Imagens publicadas nas redes sociais mostram parte da confusão. No vídeo não é possível ver o momento das agressões, mas dá para ouvir uma parte da discussão e dois barulhos semelhantes a tapas.
“Eu acredito que essa abordagem, primeiro é pelo preconceito da maneira que meu namorado estava vestido e também pelo racismo estrutural, que criminaliza as pessoas de acordo com os locais que frequentam. Nos bairros periféricos a abordagem é diferente de que no centro da cidade, na região central é mais branda. Não sou um caso isolado, está acontecendo muito no nosso setor e estamos sofrendo muito com isso”, afirmou a mulher.
A moradora denunciou o Núcleo Contra a Desigualdade Racial (Nucora), na corregedoria da Guarda e na Polícia Civil. O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre a investigação e aguarda um posicionamento.
Guarda Metropolitana de Palmas
Divulgação/ Prefeitura de Palmas
A Prefeitura de Palmas disse, em nota, que a corregedoria da Guarda Metropolitana abriu uma sindicância para apurar os fatos ocorridos na abordagem durante diligência em uma distribuidora de bebidas no Jardim Taquari. Afirmou ainda que os servidores envolvidos foram afastados das atividades externas até a conclusão da sindicância.
Outro caso de agressão
Guardas pisaram e deram chutes no jovem
Reprodução
Em fevereiro deste ano cinco guardas metropolitanos foram afastados depois de agredirem um jovem com chutes na cabeça, durante uma abordagem em um posto de combustíveis, também na região sul de Palmas.
Na época as pessoas que estavam no local filmaram o momento em que os agentes pisotearam o rosto da vítima. A GMP chegou a afirmar na época que os guardas “fizeram o uso proporcional da força apenas para conter a fúria do cidadão” e que aquele não era o procedimento padrão. O caso é apurado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Fonte: G1 Tocantins
