Operação Canguçu busca, há três semanas, criminosos que fugiram após aterrorizar a cidade de Confresa (MT). Esta é a primeira vez que o confronto acontece dentro de uma cidade. Moradores registram tiroteio com dois suspeitos mortos em Marianópolis
“Foi meia hora de tiroteio, estou me tremendo”, diz um áudio enviado por uma moradora em um aplicativo de mensagens. O desespero foi registrado durante um confronto entre policiais e criminosos, na área urbana da cidade de Marianópolis, na tarde deste domingo (30). Eles fazem parte do grupo que aterrorizou Confresa (MT) e fugiu para o Tocantins.
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A Operação Canguçu, que faz buscas pelo bando na região oeste do Tocantins, completou três semanas nesta segunda. Até agora, 11 suspeitos foram mortos e dois, presos, após troca de tiros. Cerca de 350 policiais continuam na região e fazem o cerco, com ajuda de aeronaves, drones e cães farejadores.
Todos os confrontos anteriores aconteceram perto de fazendas, nas áreas rurais dos municípios de Pium e Marianópolis. Essa foi a primeira vez que o tiroteio ocorreu em uma área residencial. O barulho e o embate entre criminosos e forças policiais deixaram moradores aterrorizados.
“Dois bandidos entraram em uma casa e os policiais viram e começou o tiroteio. Foi meia hora de tiroteio, estou me tremendo”, disse uma moradora.
“Os bandidos já estão dentro da cidade, no setor Ipê. Agora, no momento, está tomando por polícia, tiro em tudo quanto é lado próximo à residência onde eu moro. Eles estavam dentro de uma casa”, enfatizou outro.
“No setor Ipê, aqui na frente de casa. Muito tiroteio, muito tiroteio. Barulho de fuzil, a bala está comendo na frente de casa, uma distância de uns 100 metros da minha casa”, relatou outro.
“Olhe o tiro no residencial Ipê. O tiro, o tiro de metralhadora, fuzil”, disse outro enquanto gravava o barulho.
Policiais fazem cerco em áreas rurais e urbanas na região oeste do Tocantins
Reprodução/TV Anhanguera
Os criminosos foram encontrados no fim da tarde de domingo (30) nas proximidades da TO-080. A PM disse que eles reagiram à abordagem e aconteceu uma intensa troca de tiros. As buscas continuaram e um novo confronto foi registrado no início da manhã de segunda-feira (1°), quando os suspeitos foram baleados, no perímetro urbano.
A Polícia Militar afirmou que as buscas pelos infratores continuam na região e que todos os policiais envolvidos na ação passam bem.
A PM reforçou a orientação para que a população da região evite os deslocamentos, sobretudo na rodovia TO-080 e em suas proximidades, devido à presença na região dos criminosos que permanecem fortemente armados.
Um vídeo mostrou a intensa troca de tiros que aconteceu no dia 18 de abril e terminou com a morte de quatro suspeitos. Veja abaixo.
Vídeo mostra tiroteio entre Polícia e grupo que atacou Confresa
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Operação Canguçu: caçada a criminosos que atacaram Confresa (MT) completa três semanas com dois presos e 11 mortos
Operação Canguçu
Munições usadas em armamento de uso restrito foram apreendidas durante operação Canguçu
Divulgação/Polícia Civil
Nesta segunda-feira (1º) a operação Canguçu chega à sua terceira semana de buscas pelos criminosos. Durante este período, dois suspeitos foram presos e outros 11 morreram em confronto com policiais. Armas de guerra e milhares de munições foram apreendidas.
A força-tarefa para caçar os criminosos conta com cerca de 350 policiais de cinco estados, três helicópteros, embarcações, drones e cães farejadores. As buscas no território tocantinense começaram no dia 10 de abril e não têm um prazo para acabar.
Os governadores de Tocantins, Goiás e Mato Grosso visitaram a base da operação na semana passada e afirmaram que o objetivo é encontrar até o último criminoso.
Governador Wanderlei Barbosa, recebe governadores do MT e GO em base da Operação Canguçu
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
Entenda
Após a tentativa de assalto em Confresa (MT), os criminosos fugiram em embarcações pelos rios Araguaia e Javaés até entrarem em território tocantinense.
Durante a fuga os criminosos também aterrorizaram fazendas no Tocantins e fizeram reféns. O medo passou a fazer parte do cotidiano dos moradores da zona rural, onde os serviços públicos e a locomoção têm sido prejudicados.
As buscas são feitas com a ajuda de aeronaves enviadas por outros estados, barcos, drone e cães. Moradores da região dão apoio com alimentos, pontos de internet, dormitório e estrutura das fazendas.
Durante a operação foi apreendido um verdadeiro arsenal com capacetes e coletes, armamento pesado e munições de uso restrito das Forças Armadas, por serem utilizados em guerra. Todo o material deverá ser entregue às polícias de Mato Grosso, onde o grupo começou a ação criminosa.
A Polícia Militar do Tocantins e de Mato Grosso identificaram dois dos integrantes da quadrilha. Eles são Raul Yuri de Jesus Rodrigues, de 28 anos, que morreu em confronto, e Paulo Sérgio Alberto de Lima, de 48 anos, que foi preso após fazer o funcionário de uma fazenda refém.
Os outros mortos e presos ainda não tiveram as identidades divulgadas.
Força-tarefa durante buscas por assaltantes no Tocantins
PM/Divulgação
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Fonte: G1 Tocantins