Situação entristece e prejudica ribeirinhos. Problema começou há um ano no Rio de Areia, afluente do Tocantins, que foi tomado pela lama. Veja o antes e o depois da Cachoeira das Orquídeas, no município de Dianópolis
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A Cachoeira das Orquídeas, localizada no município de Dianópolis, na região das Serras Gerais, tinha águas cristalinas e atraía turistas de todo o Brasil. Há um ano, a situação mudou. Ela foi tomada por uma água barrenta e com cheiro forte. A cachoeira precisou ser desativada.
“Acabou o turismo. No início, as pessoas até ainda estavam vindo, mas a gente explicava para eles, chegava e explicava sobre a questão da água”, disse a chacareira Josemaria Almeida.
A cachoeira faz parte do rio de Areia, considerado uma fonte de água limpa para os ribeirinhos. A dona Rosineide Rodrigues usava a água do rio para beber. Depois do problema, ela passou a andar quilômetros para encher os galões na casa de vizinhos. A chacareira coloca os galões em um carrinho de mão e anda por um bom tempo até chegar em casa.
“A gente depende dela para tudo, água é vida e sem água nós não temos como sobreviver”, enfatiza ela.
Vídeo mostra condição da água na cachoeira das orquídeas em Dianópolis
O problema desestimula e entristece os moradores. “A água vem suja, bem barrenta, vem uma lama fedida”, destacou a chacareira Josirene Cavalcante.
Moradores levaram o caso para o Ministério Público do Tocantins que, em nota, informou que abriu um procedimento para apurar a situação.
“Aqui, está prejudicado desde o chacareiro que empreende no turismo, o comerciante, o sertanejo, as pessoas primitivas que dependem do rio e os ribeirinhos. Tudo acabou nesse rio, porque apareceu da noite para o dia uma enchente de lama que ninguém sabe explicar. Se ocorreu uma ação humana, que se localize o responsável”, cobrou o chacareiro Guilherme Quidute.
Cachoeira das Orquídeas atraía turistas de todas as partes do Brasil
Reprodução/Instagram
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), órgão de fiscalização estadual, disse que fez um sobrevoo no local e multou uma propriedade em mais de R$ 1 milhão por desmatar em áreas de preservação ambiental.
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Segundo o Naturatins, o proprietário vai ter que apresentar um plano de recuperação das regiões degradadas.
Quem convive há décadas com o rio, espera que a solução não demore a chegar. O senhor João Pereira, de 83 anos, cresceu na beira do rio e lembra com carinho de todas as histórias na região.
João Pereira, de 83 anos, cresceu usando o rio de Areia
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
“Eu conheço esse rio desde os 11 anos de idade, muito tenho convivido com ele. Um verdadeiro amigo tem sido né. Me ajudou a criar os meus filhos com água pura, água gostosa, doce”, disse.
“Hoje quando eu chego aqui, dou vontade de chorar porque a água está contaminada. O que nós vamos fazer? Pobre, peixe morrendo, o que nós vamos fazer”, disse emocionada a dona Tertuliana Borges.
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Fonte: G1 Tocantins