Apoiadora de Trump e seguidora do grupo conspiratório QAnon, ela já foi punida 20 vezes por Comissão de Ética da Câmara desde maio deste ano; dívida chega a US$ 48 mil. Nas poucas vezes em que usa máscaras, ela aproveita para mandar mensagens como ‘Trump ganhou’. Marjorie Taylor Greene usa máscara com a mensagem “Trump venceu”, em foto de 3 de janeiro
Erin Scott/Pool/AP/Arquivo
A congressista republicana Marjorie Taylor Greene já soma quase R$270 mil em multas ao Congresso por sua recusa em usar máscaras na Câmara. Segundo um levantamento de suas punições obtido pela emissora CNN, dos EUA, ela tem atualmente uma dívida de US$ 48 mil.
A primeira multa, de US$ 500, foi aplicada em maio deste ano, quando a representante do estado da Georgia, apontada como uma associada do movimento conspiratório QAnon, foi advertida pela primeira vez, ao lado dos também deputados Thomas Massie, de Kentuckie, e Ralph Norman, da Carolina do Sul. Os três recorreram, mas perderam.
Marjorie Taylor Greene: quem é a deputada republicana punida pelo Congresso dos EUA por apoiar teorias de conspiração
Marjorie Taylor, a congressista republicana que apoiou a execução de políticos democratas
Quem é Marjorie Taylor Greene, republicana cuja eleição leva grupo QAnon ao Congresso dos EUA
Ainda assim, Taylor Greene continuou se recusando a usar o acessório na maior parte do tempo, embora diversas vezes tenha sido fotografada com máscaras onde era possível ler mensagens como “Trump venceu”, “Liberdade de expressão” e outras.
A cada reincidência, ela recebeu uma nova punição de US$ 2.500 cada (quase R$ 14 mil). No total, foram 19 multas nesse valor, somando US$ 47.500 aos US$ 500 iniciais.
No dia 1º deste mês, o Comitê de Ética da Câmara anunciou as três multas mais recentes, referentes aos dias 22, 27 e 28 de setembro.
Holocausto
Marjorie Taylor Greene é famosa por comentários que deixam desconfortáveis até mesmo colegas de seu partido. Entre eles, já defendeu o uso de violência e até mesmo executação de políticos do Partido Democrata.
No início deste ano, ela foi retirada dos comitês de Orçamento e Educação da Câmara, inclusive com votos de deputados republicanos.
Isso aconteceu depois que veio a público um vídeo em que ela persegue um sobrevivente do massacre em uma escola. A deputada difunde a tese de que o tiroteio, que resultou em 17 mortos em fevereiro de 2018, foi uma encenação.
Em agosto, ela negou que hospitais estivessem lotados com pacientes de Covid-19, e disse que “somos humanos, ninguém pode viver para sempre”.
Seu comentário mais polêmico e agressivo durante a pandemia, no entanto, foi justamente em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras, que ela comparou ao Holocausto. A questão foi tão criticada que, em uma rara demonstração de respeito, ela visitou o Museu do Holocausto e fez um pedido público de desculpas.
“Não há comparação com o Holocausto”, disse ela. “E há palavras que eu disse em comentários que eu fiz e que sei que são ofensivos e, por isso, quero me desculpar”, disse.
“Acredito que máscaras forçadas e vacinas forçadas ou passaportes de vacina são um tipo de discriminação, e sou totalmente contra esse tipo de discriminação”, disse ainda. “Só quero dizer que não há comparação com o Holocausto e nunca deveria haver e é por isso que sinto muito”.
Vídeos: Os mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias
Fonte: G1 Mundo
